Como a alta do dólar influencia na importação de equipamentos de saúde

O mercado nacional de produtos médico-hospitalares — que já havia crescido acima de 3% ao ano em 2019 — foi catapultado a níveis acima dos 20% durante a pandemia. Segundo dados de entidades do setor, como a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), o salto, somente em 2020, foi de 21,2%.

Lembrando que isso ocorreu num dos períodos de maior alta recente do dólar. Agora, com a tendência de estabilização da moeda em patamar ligeiramente inferior, a expectativa é que a importação de equipamentos hospitalares mantenha-se aquecida no país. 

De todo modo, o dólar ainda é considerado em alta, haja vista a cotação da moeda ao longo destas primeiras duas décadas do séc. 21. Por isso, vale a pena acompanhar este artigo para saber como a alta do dólar influencia na importação de equipamentos de saúde.

Quais são os produtos da saúde importados?

O mercado internacional de produtos para a saúde tem uma diversidade e quantidade de insumos que tende ao infinito. É virtualmente incalculável o número de opções oferecidas pelos dois maiores exportadores para as empresas brasileiras: China e Estados Unidos.

No entanto, é possível fazer uma diferenciação bem clara entre esses dois países exportadores. Em geral, vêm da China os suprimentos básicos, devido ao baixo custo e grande volume de produção. 

Já equipamentos médicos de maior complexidade, com tecnologias de ponta, têm como principal origem os Estados Unidos. 

Verifique, a seguir, os maiores insumos básicos e os equipamentos mais procurados pelas empresas brasileiras no mercado externo.  

Insumos básicos

  • Gazes;
  • Seringas;
  • Cadeiras de rodas;
  • Curativos;
  • Máscaras;
  • Fraldas descartáveis;
  • Luvas.

Equipamentos

  • Respiradores;
  • Macas;
  • Termômetros;
  • Oxímetros;
  • Equipamentos para cuidados especializados (cardiologia, ortopedia, odontologia, fisioterapia, oftalmologia, etc.)

Como funciona o processo de importação de produtos hospitalares?

Antes de iniciarmos o passo a passo para mostrar como se faz importação de produtos hospitalares, vale lembrar que todo o processo é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Passamos agora, então, às etapas de importação:

Pesquisando fornecedores 

Por causa da complexidade e alta regulação do setor, muitas companhias nacionais optam pela contratação de empresas especializadas na importação de insumos e equipamentos de saúde.

Para quem é iniciante no ramo de importação, vale seguir a regra baseada no que foi dito mais acima, ou seja, buscar nas empresas chinesas a aquisição de insumos básicos e nas organizações americanas a compra de equipamentos com tecnologia de ponta. 

Para esses casos, a contratação de uma empresa especializada é altamente recomendável. Essa ajuda também é válida para empresas com maior histórico de importação, mas que buscam explorar novas oportunidades e mercados.

A importância da inspeção tanto do fornecedor quanto do produto

Fazer a inspeção do produto e correspondente fornecedor é uma medida que não só prima pela qualidade do produto, mas também resguarda o investimento que a sua empresa está prestes a fazer.

Uma inspeção pode ser:

  • Quantitativa, na qual se confere a totalidade ou uma amostragem do material a ser embarcado;
  • Qualitativa, na qual são verificados fatores como acabamento, operação, medidas, etc.

Planejando a importação

É uma etapa crucial do processo, na qual se levam em conta todos os custos a serem bancados e todos os desafios para se operacionalizar a importação. 

Por isso, uma lista de perguntas como a que trazemos a seguir é de extrema utilidade nesta etapa.

  • O produto conta com embalagem que possa protegê-lo ao longo de toda a cadeia logística internacional até o destino final?
  • Quais as exigências regulatórias para o insumo ou equipamento a ser importado?
  • Para o produto em questão, a licença de importação deve ser feita antes ou depois do embarque?
  • Há documentos complementares que precisam ser obtidos para a liberação alfandegária do produto em questão?

Operando a importação

Operacionalizar a importação, ou seja, colocar em prática tudo que foi tratado até aqui, é um grande desafio. Vários detalhes precisam ser checados e verificados novamente para garantir a integridade do produto e a sua liberação por vários entraves alfandegários e burocráticos.

Por isso, se a sua empresa ainda não tem a expertise necessária, o que envolve tempo e atenção de vários departamentos da organização, a melhor solução pode ser um software que facilite e organize todas as etapas. Outra solução é contar com uma empresa especializada nesse tipo de operação.

Como a alta do dólar influencia na importação?

O maior desafio para a importação não é apenas a alta do dólar, mas a variação cambial. Por exemplo, se o dólar está alto, mas a empresa precisa adquirir determinado equipamento, o caminho é se planejar, reunir recursos e tratar a compra como um investimento estratégico a ser recuperado ao longo de um período de tempo determinado.

No entanto, a variação cambial é mais problemática. Porque uma alta repentina do dólar joga por água todo o planejamento da importação e do tempo de recuperação do investimento, pois é um fator que impacta em diversos custos de importação, para não falar no preço do equipamento em si,

Por isso, o melhor cenário para importação é aquele cuja tendência é de estabilidade da economia, sem contratempos inesperados que podem fazer a empresa assumir custos que não poderiam ter sido contemplados com antecedência.